Depois de cada esquina escura o perigo espreita. São rapazes pela rua, procurando o que fazer. Meninos também. Os semáforos estão todos piscando amarelo. Como quem diz, passe. Não espere.
Também é permitido passar no vermelho, depois de certa hora. Gente perdida pela rua espera chegar sua hora de ganhar a vida. Meus vidros vão levantados. Eu tenho que me proteger do mundo! Meu carro é uma bolha ridícula.
De alguma forma as pessoas se acostumam com a violência. Com o frio da rua. Com os problemas que não tem solução. Tudo é tão banal...
Sob um outro olhar, a cidade esta linda, arborizada, cuidada. Restaurantes e bares cheios. Pessoas puxando conversa com estranhos, na beira do balcão. Cada um à procura de seus iguais.
É Campinas. Barão Geraldo pertence aos universitários. O centro é dos boêmios. Os bares da moda, dos filhos das famílias tradicionais. E a rua? A rua é de ninguém. Ninguém é o nome que se dá a quem não encontra melhor forma de ganhar a vida.
Ressaca do réveillon
Há 5 anos