Há momentos em que o turbilhão interno é tão violento que nos paralisa. Quem está de fora não sabe o que se passa dentro. Vivi alguns meses em silêncio. Olhando pra os meus vazios, procurando um novo sentido para a minha vida. A impressão que eu tinha é que haveria uma completa revolução em mim.
Mas no curso dessa revolução calada, surgiu uma motivação inédita e já estou há duas semanas sem nenhuma melancolia. A nova motivação é real, mas também pode ser vista como um cenário que permite exercer minha velha e querida maneira de ser: conviver com pessoas, falar, ouvir, trabalhar muito.
Olhar para dentro é necessário: rever, mudar, procurar outro ponto de equilíbrio pessoal. Mas olhar para o mundo é mais. Dar-se a conhecer, conhecer os outros, trocar calor. Ter objetivos fora do mundo particular, que pode ser muito rico, mas que é certamente limitado. Talvez tenha chegado a hora de redistribuir os pesos, a importância relativa das coisas.
Ressaca do réveillon
Há 5 anos