Quando eu era criança minha mãe costumava comprar uma caixa com três pares de meias, daquelas pretas e marrons, pra gente dar no dia dos pais. Meu pai chegava depois de um dia de trabalho, sentava-se no sofá e pedia que eu lhe tirasse as meias, úmidas de suor. Eu atendia fazendo careta. Era divertido.
De noite, era a vez dele arrancar as nossas meias, enquanto a gente dormia. Ele dizia que não podia dormir, pensando no calor que a gente devia estar sentindo.
Hoje, não tiro mais as meias de meu pai, nem ele as minhas, enquanto durmo. Hoje eu tenho a idade que ele tinha, quando era pra mim o homem mais importante do mundo.
Ressaca do réveillon
Há 5 anos
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