quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Avareza

Alto da torre, o sino bate a uma.
Toda hora soma nãos à madrugada.
O sol sai, ilumina a insônia infame.
O mundo brilha além das pálpebras pesadas.

Não, não, não, não, não, não, naummmm. Sete horas!
Horas lentas de agonia, sem palavra.
O silêncio frio devora a fera.

E o que resta da noite é vil escolha,
entre o não solene e sonoro do sino
e o suspense calado da espera.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Partilha

Desenho um sorriso na tela vermelha.
Pintura rupestre, até a próxima chuva.

O vento espalha a pilha de folhas
que ele juntou. Tudo se desfaz...

Na partilha, eu levo uma folha.
E ele um sorriso estampado,
no vidro do carro sujo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Balzaquiana

Foram anos e anos de baliza até que sua carteira de motorista atingisse a maioridade. Para os fios brancos, foi feita a tinta. Para jogo de cintura, os trinta. Hoje atrai atenções quando estaciona!