terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fantasia

Neste carnaval vou me inspirar na natureza.

Talvez eu me camufle, como bicho-folha,




















como sapo, eu vire pedra,














ou fique assim simpática, como um bicho-pau.
















Não sou tão fã de carnaval...

Mas, se me der na veneta,

me fantasio de flor, como a aranha,
















ou ponho olhos de coruja, como a borboleta.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Amores de ocasião

Abrantes disse a Helena que ia morar com a amante. Aurora levou Pedro pra casa, não gostou e o mandou embora. Amanda e Alberto não se separam, por causa do apartamento. João vive encontros de ocasião. Fernanda quer namorar, mas não encontra um par. Edgar gosta de jovens dançarinas que saibam cozinhar. Júlio sonha com os lábios de Primavera, mas ela prefere as flores.

E assim a vida se desenrola. Rufa o tempo, embranquece os cabelos. Todos são o que são... Ninguém está muito certo e todo mundo tem razão.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

De quem é a história?

Num dia exatamente como hoje a Rússia foi invadida pela Mongólia. Nasceu Camões. Um terremoto abalou Alepo, na Síria. A Grã-Bretanha declarou o fim da guerra contra os Estados Unidos. Aboliu-se a escravidão nas colônias francesas. Foi descoberto o Codex Sinaiticus no Egito.

Num dia assim como hoje, debaixo desse mesmo sol, Gandhi foi libertado após dois anos preso em Bombaim. Hitler se autoproclamou comandante supremo das forças armadas alemãs. Roosevelt, Churchill e Stalin se reuniram na Conferência de Ialta, na Crimea. O Sri Lanka se tornou independente. Começou luta armada pela independência de Angola. Yasser Arafat tornou-se chefe da Organização para Libertação da Palestina.

Nesse mesmo dia do ano, a sonda Mariner IX transmitiu fotos de Marte. Um terremoto de 7,3 graus aconteceu em Haicheng, na China. Outro abalo sísmico atingiu a Guatemala e Honduras. E mais outro assolou o Afeganistão.

Também em quatro de fevereiro, Hugo Chaves tentou tomar o poder na Venezuela. Amadou Diallo foi assassinado pela policia de Nova Iorque, acirrando conflitos raciais. Foi promulgada a constituição da Sevia e Montenegro.

Muito antes de quatro de fevereiro se tornar um dia importante pra mim, ele já tinha visto muitos acontecimentos. Já havia sido motivo de comemoração e lamento na história desse nosso mundo.

Que outras coisas importantes ainda acontecerão em quatro de fevereiro? Que guerras serão detonadas? Que avanços tecnológicos serão anunciados? Que descobertas científicas? Que obras de arte serão compostas? Que tesouros serão descobertos?

Muitos quatro de fevereiro virão, para serem vividos e preenchidos pela história. Porém, de minha parte, sei exatamente o que estarei fazendo em cada um deles. Celebrando um grande feito do meu mundo particular. Terei lágrimas de emoção nos olhos por lembrar do dia em que você nasceu. Meu pequeno Gabriel.

1238. 1524. 1783. 1794. 1859. 1924. 1938. 1945. 1948. 1961. 1969. 1972. 1975. 1976. 1998. 1992. 1999. 2003.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Amy Winehouse e Sex and the City

Quem acompanha esse trem, já percebeu, faz tempo, que eu não sou uma mulher descolada. Na verdade, faço mais o gênero bicho do mato.

Tenho vários exemplos que ilustram o caso: eu nunca tinha ouvido Amy Winehouse, até que semana passada comprei o primeiro CD dela - lançado há cinco anos. Sex and the City, tão comentado e elogiado, eu também não tinha visto até ontem, quando aproveitando uma gripe e a estafa de uma semana pra lá de conturbada, trouxe a primeira temporada pra casa, que, diga-se de passagem, já tem 10 anos.

A contar por esses dois exemplos, devo admitir que realmente tenho perdido coisas interessantes. Ando pensando, só agora, coisas que outras pessoas já pensaram, há um bom tempo.

Quanto à Amy, valeu à pena. Ela era apenas uma garota neste primeiro disco Frank, cuja qualidade musical me surpreendeu. Tem faixas que lembram Billie Holiday e letras bem humoradas e atuais, sobre relacionamentos, adolescência, infidelidade. Adorei "I heard love is blind".

Sex and the City também foi um programa divertido, que estava na prioridade fazer. Alguns amigos, que sabem dos meus dilemas de mulher 'frescamente' separada (ui! já faz um ano e meio...), vinham me dizendo que eu precisava ver a série. Pois está vista a primeira temporada.

Lógico que me identifiquei com uma porção de situações. Especialmente, a nova relação com os pares casados, os caras de vinte e poucos que chegam junto, e os de quarenta, que não chegam... a vontade de tornar o sexo uma diversão saudável e descomprometida, e a dificuldade de por isso em prática. Em matéria de relacionamentos, imagino que toda mulher solteira tenha um pouco de cada uma das personagens da série, dependendo quem é o homem da vez.

Por outro lado, eu não sou uma mulher solteira de trinta e poucos. Eu já fui casada e tenho filho. Não circulo em lugares glamurosos, não conheço vários homens interessantes dia-sim dia-não, e os relacionamentos não estão no centro das minhas atenções. No momento, eu carrego piano.

Tenho pra mim, que o relacionamento bom exige amor entre as partes. A essas alturas, não quero casar, não quero dividir as contas, não quero conhecer a mãe de ninguém. Quero o meu canto, o meu sossego, autonomia nas decisões. Mas também sexo, afinidade, interesse, estabilidade.

Isso posto, reconheço que não existe um manual sobre o que as mulheres ou os homens querem. É necessário aprender a se relacionar com o outro e ter um pouco de paciência, pois ganhar a confiança de alguém, leva o seu tempo. Eu também não saio por aí me entregando a troco de qualquer frase feita, não é mesmo? Tenho peculiaridades que podem atordoar algum coração ingênuo. Assim, não vou esperar que ninguém se entregue só por causa de uma ou outra paixonite minha.

É certo que, às vezes, a vida nos prega uma peça. E toda a razão escoa frente a um ser encantador ou a uma noite estupenda de sexo, abso-fuckin-lutely! Daí a gente vê o que faz: escuta um pouco de Amy Winehouse ou assiste a um episódio de Sex and the City, pra não achar que é só com a gente.