domingo, 17 de outubro de 2010

O relojoeiro ambientalista

No caminho da Chapada dos Veadeiros paramos pra almoçar em Formosa. Comida goiana e sobremesa numa dessas sorveterias tradicionais de cidade pequena, que vende até cigarros e aquele delicioso sorvete de limão que parece que você está comendo núvem.

Gente jogando dominó na praça da matriz. Dificuldade de dizer de quem é a preferência no cruzamento. Trânsito atrapalhado. Paralelepípedos. Calor. Movimento na rua do comércio. Menina de tenis no pé, carregando filho bebê. Estamos em cidade de gente altiva, mesmo que simples. Não há moribundos nos semáforos, velhos pedintes, bebados sem dente. Nada que denuncie pobreza de afeto.

Faz tempo que quero comprar um relógio de pulso. Então entrei na relojoaria só pra espiar, e uma figura simpatica me atende. Vejo um relógio pequenino, de metal e boa marca. Gosto dele, aponto. O relojoeiro abre a estante de vidro com chave e põe a pequena e delicada peça no meu pulso. Fica lindo. R$350. - Esse é ecológico, me diz o relojoeiro, vai durar anos. Quando riscar o metal, você manda polir.

Nesse dia eu conheci o relojoeiro ambientalista de Formosa.

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