segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Dois tempos

A primavera coloriu de vermelho
As flores do meu vestido
A brisa espalhou perfume
E soprou música nos meus ouvidos

Ele, porém, se esquece de tirar a minha roupa
E não sabe nada da primavera
O abstrato é o que lhe dá sentido:
Paixões, poder, idéias.

Um passarinho fez ninho
Nas mechas dos meus cabelos
Enquanto ele inventava teorias
E desenhava modelos.

As pétalas são levadas pelo vento
Pássaros planam sobre nossas cabeças
E vivemos o tempo depois do tempo.

O mesmo tempo que renova os sonhos dele.
O mesmo tempo que enruga minha pele.

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