segunda-feira, 31 de março de 2008

Domingo no Parque

Meu amigo e companheiro de exílio R já me disse que vai embora. Vou ficar de novo sozinha por aqui. Sem companhia para o nosso projeto comum, idealizado por ele e intitulado: Socialização em Brasília.

Foram bons meses de projeto. Toda quinta uma baladinha inofensiva. Toda quinta a descoberta de um novo ambiente, um bom papo e um perdido no salão. Bons tempos... Já fiquei com saudades mesmo antes da despedida.

Então e por isso, convidei R para um passeio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. São 260 km. Vamos conversando sobre Brasília, trabalho e as inevitáveis mudanças de vida. Na chegada, encontramos a Vila de São Jorge tranquila, praticamente vazia. É o fim-de-semana seguinte à Páscoa, nos demos bem!

O domingo é um mergulho na natureza, de todos os cinco sentidos. Entramos no Parque e somos brindados com o perfume do cerrado, o som das águas abundantes do rio Preto, a beleza de cada detalhe.

Vamos seguindo a trilha das cachoeiras. O Parque, administrado pelo IBAMA, tem uma legião de guias bem treinados. O nosso vai contando a história do lugar. Os buracos ainda abertos de antigos garimpos de cristal, as flores coloridas do cerrado (mimosas, pali-palãs...), as aves, as pegadas de tatu, os acidentes nas cheias - tudo vai sendo costurado de acordo com a nossa curiosidade. Vamos seguindo a trilha, que totaliza 9 km, e leva a duas cachoeiras, de 120 e 80 metros.



Entre cachoeiras, o rio Preto se espalha caudaloso e não dá pé. Entro nele e não quero sair mais. A cachoeira encrespa as águas, os peixes beliscam meu pé. Não posso pensar em nada. Só existe o presente, a respiração e o estrondo das águas.

Já de volta à nossa simpática pousada, R e eu conversamos animadamente sobre esse dia. Vamos voltar para Brasília. No caminho de volta o assunto são planos e expectativas para o futuro. Eu fico por aqui, ele volta pra São Paulo.


PS.: Para saber mais sobre o Parque acesse http://www.ibama.gov.br/parna_veadeiros/

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