sábado, 25 de julho de 2009

a rua

Depois de cada esquina escura o perigo espreita. São rapazes pela rua, procurando o que fazer. Meninos também. Os semáforos estão todos piscando amarelo. Como quem diz, passe. Não espere.

Também é permitido passar no vermelho, depois de certa hora. Gente perdida pela rua espera chegar sua hora de ganhar a vida. Meus vidros vão levantados. Eu tenho que me proteger do mundo! Meu carro é uma bolha ridícula.

De alguma forma as pessoas se acostumam com a violência. Com o frio da rua. Com os problemas que não tem solução. Tudo é tão banal...

Sob um outro olhar, a cidade esta linda, arborizada, cuidada. Restaurantes e bares cheios. Pessoas puxando conversa com estranhos, na beira do balcão. Cada um à procura de seus iguais.

É Campinas. Barão Geraldo pertence aos universitários. O centro é dos boêmios. Os bares da moda, dos filhos das famílias tradicionais. E a rua? A rua é de ninguém. Ninguém é o nome que se dá a quem não encontra melhor forma de ganhar a vida.

5 comentários:

Klotz disse...

"Ninguém é o nome que se dá a quem não encontra melhor forma de ganhar a vida."
Fechamento de ouro.

pedro mendonça disse...

Eu que aderia à prostituição sou um zé ninguém?

Amarilis disse...

Oi Klotz, valeu a presença. Ainda arrumo uma foto como essa sua, na frente de uma estante lotada! Beijo.

Amarilis disse...

Pedro, Pedrinho, note bem. Eu não disse que eles eram ninguém, mas que são chamados assim... Você, eu sei que é alguém. Alguém que fala o que pensa e se diverte com isso. Né? hauhauhauha. Beijo!

pedro mendonça disse...

Claro, depois aquilo que eu passei nas ruas, as noites, as sombras, as formas, os volumes, as ausências, as cores e odores...
sim, me diverti muito e ainda quis mais.
Mas agora, depois de ter aceitado a luz, tudo mudou. Alguém na noite chegou e disse:
- você é alguém muito especial.
Daí eu respondi:
- opa! um up grade na min ha vida. Deixei de ser ninguém para ser especial. Há diferença?