quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Não fale com estranhos

1983 - Recife

Fim de tarde, sol e calor. A gente pegando jacaré com prancha de isopor. Maré vazante, mar puxando pra dentro. Sem perceber fui levada até uma falha nos arrecifes, me agarrei numa ponta de coral. Gritei. Três caras que andavam na praia me tiraram de lá. Um minuto depois, minha mãe chega, assustada, correndo para nós.

1995 - Estrada Campinas-Valinhos

Último dia de estágio, colação de grau no fim da tarde. Saio da fábrica atrasada, meu chevette velho dando pala. Chuva forte na estrada. Marcador de gasolina quebrado. Fiquei na mão... Mocinho pára, me leva até o posto, compra 2 litros de gasolina, volta comigo, coloca o combustível pra mim. Me formei, tudo acabou bem. A vida andou e eu não liguei pro mocinho, mas fiquei com seu cartão.

1998 - Viaduto da Moraes Sales

A caminho da escola de inglês, sou cercada por um grupo de trombadinhas. Levam meu relógio e minha carteira. Sinal fechado, um motorista larga o volante e corre atrás. Desce outro e também corre. O primeiro recupera minha carteira, com todos os documentos, o segundo não alcança meu relógio, mas me manda entrar no carro e me leva para a escola. Aiai.

Hoje - Repartição

O Chefe pede que eu leia uma artigo em inglês, pra apresentação. Descubro que é o resumo de um livro. Entro na internet. Tem a opção read in web, mas não gosto. Entro página por página e começo a formar um documento no editor de texto. De repente, surge um anúncio do lado da página: para leitores no Brasil, download gratuito do livro completo em PDF. Me cadastro e baixo em meio minuto - " é cortesia pra países em desenvolvimento". Eles me descobriram e resolveram me dar um presente!!!

Obrigada, estranhos! Espero vocês numa próxima ;-).

Um comentário:

Ba disse...

Domingo passado, estava voltando de SP com uma amiga e comentávamos exatamente sobre isso: pessoas desconhecidas que nos ajudam simplesmente por ajudar...Pensando assim, até dá pra imaginar que esse mundo tem salvação, né não?