domingo, 27 de abril de 2008

Domingo no Parque (2)

Os carros ainda estão molhados da chuva torrencial, que me levou cedo pra cama ontem. Amanheceu, o sol brilha no céu sem nuvens. São 7:30. Meu filho me acorda, eufórico pra sair.

Algum tempo depois, estamos à beira da piscina. Duas meninas negras de cabelo trançado e biquínis coloridos brincam ao nosso lado. Uma loirinha numa bóia de cisne cor-de-rosa é puxada pela mãe. Outras crianças, com água mineral na altura dos joelhos, escolhem pedras, quartzos, seixos. Pais lêem jornal, cochilam, cuidam dos pequenos. Avós de maiô se molham na água fria, cercada de cerrado. Jovens tatuados tomam sol e conversam entre si. O burburinho de vozes indistintas soa como música aos meus ouvidos.

É domingo. As pessoas comuns que habitam essa cidade de poder e vaidade procuram diversão gratuita, junto à natureza exuberante do Parque da Água Mineral. Trazem laranja, biscoitos, suco, toalha, jornal. Estou em casa. Aconchego e simplicidade que lembram o lar. Não sou daqui, não conheço ninguém, mas tudo isso é meu também.

Água Mineral é o nome popular do Parque Nacional de Brasília localizado a + ou - 10 km do Plano Piloto, na porção Noroeste do DF. Atualmente, a Vigilância Sanitária tem exigido apresentação da Carteira de Vacinação contra Febre Amarela, como condição para o acesso. Nem adianta chorar. + info em: http://www.ibama.gov.br/revista/brasilia/texto_brasilia.htm

Um comentário:

Fernando Lyrio disse...

Te ler me faz identificado com o que sinto quando falo de um lugar... você fala de um lugar tão comum... por onde passam milhares de pessoas por dia... mas esse é o seu olhar, único, diferenciado... em todas as pessoas que estavam ali, não havia nem uma só que olhasse para aquele lugar com o seu olhar... isso não é fantástico?