quarta-feira, 16 de abril de 2008

Uma colher de chá, das de sopa!

Várias coisas estranhas vem acontecendo na repartição por conta da campanha salarial. Bafafás mil, alguns e-mails fora de lugar e pimba. Um amigo em apuros.... Bati o ponto e fomos esfriar a cabeça. Muito papo depois chegamos à óbvia conclusão de concordar com o advogado de outro amigo presente: se pensar não fale; se falar, não escreva; se escrever, não assine; se assinar não envie. E meu amigo em apuros justamente por pensar, falar, escrever, assinar e enviar... tudo ao mesmo tempo e sem nenhuma papa la língua.

Foi exatamente por esses desentendidos que saímos juntos e fomos buscar meu filho na escola. Chegamos cedo. Tão cedo que reencontrei vários pais de crianças que há muito eu não via. Meu amigo, um pouco em crise, quis conhecer o Jardim de Infância e ver o que faz dele uma das melhores escolinhas daqui. Ficou visivelmente feliz em rever uma escola pública em bom estado. Lembrou-se da infância...

Saindo de lá, happy no boteco mais tradicional da cidade. E quem eu encontro? Um amigo de segundo grau, que não via desde 1990. Há 18 anos inteiros! É muito tempo.... Aquele momento foi como voltar ao último dia em que nos vimos. Foram 20 minutos reveladores em cada palavra e em cada olhar. Esse passado ficou registrado indelevelmente. O cara está ótimo, como eu nunca duvidei que estaria. Permanece especial no transcurso do tempo. Eu também estou bem. Um pouco só, mas isso não vem absolutamente ao caso. Nos despedimos, mas seu sorriso fica na minha retina, nunca me deixou. O tempo passou e um pedaço desse sentimento ainda sustenta o pilar de quem eu sou. Acho que não nos reencontraremos tão breve. Podemos marcar qualquer coisa, mas não vamos. Por que o amor verdadeiro não morre. Ele fica guardado, aprisionado e não pode mais sair.

Então foi assim que um dia estranho e desagradável me levou a um caminho diferente -transbordar de sentimentos - trazendo um pouco mais de sentido à minha vida, que andava chocha fazia uns dias. Hoje o passado e o futuro se beijaram de língua, bem na minha frente. Uma colher de chá de mel na minha boca, das de sopa!

Um comentário:

Mulher Solteira disse...

Esse sentido que sempre nos escapa, mas por vezes nos pega distraídas e traz redenção pura!
Delicioso esse beijo de língua!