sábado, 21 de março de 2009

Par perfeito

Naquele dia ela não jogou na loteria, pois tinha muito o que fazer com o seu dia. Creme de chá-verde, corpo inteiro, pele macia. Do outro lado da cidade, ele acordou. Se olhou no espelho, cortou os pelos do nariz, vestiu o terno.

Cada um pegou seu carro. Cada um tomou seu rumo. Cada um recebeu uma cantada. Cada um participou de uma reunião. A certa altura, ela se lembrou da carinha linda dele. E ele, da carinha linda dela. Um dos dois, não sei quem foi, telefonou.

E se viram, ouviram, cheiraram, tocaram, comeram. Como se fosse a primeira vez. Como se fosse a última. Mas aí, meus amigos, retenham, um segundo, seus suspiros. Cada um tomou seu rumo, cada um cuidou da vida...

Ninguém ligou, ninguém cobrou. Pois os dois se conhecem bem, como a palma da mão esquerda.

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