domingo, 28 de junho de 2009

Primavera

Eu quis o que não devia
Deixei de ser quem eu era
Vesti cores de primavera.
Mas a primavera era eu?
Eu era ela?

Pensei que podia ter
os amores que bem quisesse
Fiz mandinga, prece
Fui noiva de quermesse.
Mas o vestido não me cabia...

Pensei fosse minha
a estrela a brilhar sozinha
bem depois das nuvens negras.
Mas a estrela não era minha.
A estrela também era dela!

Ela, a sonhadora
Que mora em mim, prisioneira.
É dela a primavera,
a quermesse
e a estrela.

3 comentários:

Mulher Solteira disse...

A primavera vai embora, mas sempre volta... Basta saber esperar o passar das estações.
Beijos da amiga (também) sonhadora que te admira.

Amarilis disse...

Amiga, as estações nos encontram a cada ano mais velhas e mais sábias... Quer dizer, assim espero! A próxima primavera não demora, está logo aí setembro. Beijos.

pedro mendonça disse...

quatro quartetos? ficou bom mesmo. Vai juntando, até que, um dia, terás um livro de rimas, o que é um hábito dos espíritos elevados.
engraçado como é recorrente a imagem de que outro lugar é melhor que este. a fulga romantica!somos desgraçadamente romanticos e ocidentais.
bjs