domingo, 21 de setembro de 2008

A festa da primavera

Era uma vez um Menino-Vento, que morava com sua mãe. Na frente da casa deles havia um belo Jardim, e mais adiante uma floresta. O Jardim era todo separado em cores. No canteiro das margaridas amarelas, voavam borboletas amarelas sob raios amarelos de sol. No canteiro das rosas vermelhas só as borboletas vermelhas podiam pousar. Cada cor da primavera tinha seu próprio lugar.

O Menino-Vento, inquieto, ia e vinha balançando as folhas de todo o Jardim. Até que fez amizade com Romeu-Borboleta-Azul. Como todo bom vento, soprou Romeu até Julieta-Amarela-Borboleta. E o que não podia deixar de ser, aconteceu: apaixonaram-se Julieta e Romeu. E entraram os três na Floresta, de onde se esqueceram de sair. Até que anoiteceu!

A estas alturas o Jardim já estava em polvorosa. Borboletas amarelas e azuis atrás dos dois jovens perdidos. Procuraram muito, muito. Até que os encontraram. Então, voltaram todos para casa. E a primavera seguinte foi assim: borboletas e flores de todas as cores, juntas e espalhadas por todo jardim. Todos acharam graça do Menino-Vento, que soprou água do lago e uma fala que Julieta-Borboleta esqueceu.

Menino-Vento-do-Dente-Mole agora dorme. E eu penso que vou ter cadeira cativa na vida dele, primaveras e primaveras adentro, e sorrio.

Um comentário:

Anônimo disse...

ainda bem que a seca não dizimou tudo.