sábado, 6 de setembro de 2008

O encontro

Morava num apart-hotel na Alameda Campinas. O Natal vinha se aproximando e a Paulista estava toda enfeitada de luz. Papai Noel tocava trompete em cima da agência bancária entre renas, neve e o calor infernal de dezembro.

Acordou cedo. Desceu ao subsolo, tirou o carro e foi. Enquanto esperava o desembarque pensou no caminho de volta. Não havia alternativa àquela Marginal feia e mal cheirosa. Demorou até dar-se conta de que o avião havia aterrissado há um bom tempo. Estava no terminal errado. Correu quanto pôde, mas inda longe o avistou de pé, sorriso no rosto. Abraçaram-se e foram caminhando devagar, lado a lado. Era o primeiro encontro em sete meses.

Conversaram na língua que não era dela, se embrenharam no mundo que não era dele, sem notar a paisagem nem o trânsito ruim. O encantamento estava lá. Oceano azul entre continentes. Dalí se amaram.

Amaram-se até secar a última gota do imenso mar.

2 comentários:

Mulher Solteira disse...

Que lindo, amiga...

Mesmo quando seca a última gota do oceano, ninguém tem como tirar de nós a nossa história...

Obrigada por abrir uma fresta da sua história por aqui.

Um beijo grande,

Cris.

Amarilis disse...

Oi Mulher, é mesmo! Com o tempo a gente começa a ver o passado com mais suavidade, a comemorar os acertos e perdoar-se pelos erros. E, quem sabe, finalmente poder receber o futuro de peito aberto. Beijão.